"Não há tratamento standart, nem protocolo geral que venha reger a sessão e o tratamento psicanalítico. Freud utilizou a metáfora do xadrez para indicar que só havia regras ou tipos para o início e o fim da partida. Certamente, depois de Freud, os algoritmos que formalizam o xadrez aumentaram sua potência. Ligados à potência de cálculo de computador, permitem que a máquina vença o jogador humano. Isso não muda o fato de que a psicanálise, contrariamente ao xadrez, não pode apresentar-se sob uma forma algorítmica. (...) A experiência da psicanálise, longe da possibilidade de ser reduzida a um protocolo técnico, tem uma única regularidade: a originalidade do cenário por meio qual a singularidade subjetiva se manifesta. A psicanálise, portanto, não é uma técnica, mas sim um discurso que encoraja cada um a produzir sua singularidade, sua exceção."
por Éric Laurent, em "A Sociedade do Sintoma".
