Psicologia & Psicanálise
A psicologia tem como objetivo amenizar o sofrimento psíquico.
A Psicanálise foi criada por Sigmund Freud por meio da descoberta do inconsciente. Entende-se como sujeito aquele que é onde não sabe que é - antagônico ao "Penso, Logo existo" de Descartes, mas sim aquele que é regido por algo oculto à sua consciência. Sujeito este, fadado a repetir certos padrões, vinculado a um sintoma que não compreende, e inerente aos conflitos psíquicos.
O inconsciente é aquele que está sempre se fazendo notar, que surge onde não é esperado e se manifesta burlando as normas da consciência, e é dotado de uma intencionalidade e temporalidade próprias que se ilustram através de formações: atos falhos, sonhos e chistes.
A rigor, o método utilizado é a talking cure, isto é, a cura pela palavra. Portanto, diante da figura do analista, aquele que busca uma análise tem apenas uma tarefa: falar. Falar sem preocupar-se com sentido, erros gramaticais, ordem temporal e julgamentos morais. Afinal, não é disso que se trata uma análise. O sujeito inconsciente é arbitrário, sem lógica nem sentido, que não segue a moral e bons costumes.
O percurso da análise tem como objetivo fazer emergir um outro sujeito, o sujeito do inconsciente. O trabalho da psicanálise privilegia uma escuta diferenciada, e traz à tona esse saber não sabido do próprio indivíduo, algo que encontra-se nas entrelinhas.
A análise proporciona confrontar-se com seu sintoma e escolhas, implicando-se neles, e aprendendo com eles. Trata-se do savoir-faire com o seu próprio sintoma, como nos diz Lacan. É trilhar, independente do tempo e seus obstáculos, fazendo com que o sujeito caminho em direção ao seu desejo, para que então possa perguntar-se:
“Agiste conforme o desejo que te habita?”
Lacan