"Para o neurótico, nunca é chegada a 'hora da verdade' de seu desejo: há sempre uma fuga, uma vacilação, uma escapulida, uma procrastinação. Se o neurótico está sempre perdendo a hora é por estar suspenso à hora do Outro - o que é correlato ao seu desejo de estar suspenso ao desejo do Outro: o neurótico deseja enquanto Outro. (...)
Na experiência analítica, a questão do tempo é situada pelo neurótico no registro da demanda. A interrupção da sessão é vivenciada como um não à sua demanda - que é sempre demanda de presença -, correspondendo ao tempo que lhe é negado: nunca é suficiente.
(...)
Estamo-nos perguntando sempre por que deixamos tudo para a última hora. É justamente a última hora, a pressa, que nos faz agir."
"As 4+1 condições da análise", por Antonio Quinet.
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